sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Apostando corrida com Ryan Hall em NY


Férias e rebordosa do pós maratona juntas, não podia dar em outra coisa: tempo demais sem escrever. Fosse isso aqui um jornal, o editor já teria gongado a matéria pelo tema caduco. Falar da Maratona de Nova York mais de dez dias depois da prova? Nem pensar. Mas, ufa, isso aquié só um blog. Então lá vai...

Ainda devo o post sobre a minha performance, a minha corrida. Ando pensando muito sobre ele, digerindo cada um dos 42 quilômetros para contar tudinho aqui. Enquanto a inspiração não vem, falo  sobre duas coisas muito bacanas que vi este ano na maratona de NY. Já tinha corrido lá e sabia bem o quanto os caras são organizados e bons de marketing. Newsletters diárias começando duas semanas antes da prova, uma feira de tirar o fôlego de todo corredor, outdoors por toda Manhattan para animar quem vai correr ou apenas torcer... Pois, desta vez, a Asics, patrocinadora oficial, inventou moda.

Uma delas foi montada na Columbus Circle, estação de metrô no pé do Central Park. Lá em baixo, com gente indo e vindo, um outdoor digital de 18 metros de comprimento rodava um vídeo de Ryan Hall, o maratonista ídolo dos americanos, correndo no seu pace médio de maratonas. Coisa pouca, algo em torno de 2'57 o km. Quem passava por lá tinha a chance de arriscar esses poucos segundos de papa-léguas, tentando acompanhar a imagem de Ryan no telão. Os vídeos no YouTube são bem engraçados, e até o próprio Hall "colou" nele mesmo (e perdeu). Veja os vídeos.





Outra novidade exigia menos suor, mas trazia o sério risco de mais lágrimas. Pelo Facebook, na página da Maratona de NY, os internautas clicavam em "Support Your Marathoner", algo como "Torça/Incentive seu maratonista", e podiam gravar mensagens em vídeo para os amigos ou parentes corredores que seriam vistos DURANTE a prova. A garantia de que o vídeo seria visto? Pelo chip do corredor saberiam o momento exato em que ele passaria por cada um dos quatro telões espalhados pelo percurso. E bingo! Não resisti e gravei uma mensagem, já na feira, para a amigona Ana Landi. Sua meta era correr a maratona em 4h30 (sua estreia, três anos antes, ali mesmo em NY, tinha sido em 5h40). Eu sabia que ela podia. Gritei "vai lá, garota, você consegue" e ela me viu no telão, quando estava suando a camisa.


Mas a melhor das histórias do "support your marathoner" foi a de um outro amigo, o Marcel (ó ele comigo aí na foto). Treinamos na mesma assessoria aqui em São Paulo e, quando nos encontramos, depois da chegada, nas escadas do Museu de História Natural, ele me contou o que tinha passado, no quilômetro 35. Só de contar os olhos dele se encheram de lágrimas. E os meus junto, claro. Deixo o relato para o próprio Marcel:



"Sempre achei que, para nós pobres mortais, correr 42km sozinho é uma tarefa bem complicada. Tem horas que faz falta ter alguém pra puxar o ritmo, dividir uma água ou até reclamar juntos daquela subida que vem pela frente.

Mas me encanta e emociona muito aquele "correr por alguém", correr por um motivo. É incrível quando um corredor leva o nome de outra pessoa no peito. Quando um filho espera o pai com um cartaz "vamos papai" no meio da prova. Isso vale mais do que um gel, mais do que qualquer Gatorade.

Quando eu soube que a Maratona de NY ia colocar telões pelo circuito, nos quais qualquer pessoa poderia mandar um recado via internet, eu não aguentei: disparei e-mails pra toda a família e amigos. Eu sabia que ia precisar. Sabia que uma mensagem ali, no meio da prova, no meio do sufoco, ia me motivar, e muito.

Embarquei. Chegou o dia. Larguei. E a cada telão, procurava meu nome. Primeiro telão, e nada. Segundo telão, e nada. Comecei a cansar, o grande desafio da maratona começou a aparecer. Eu fugia do urso querendo pular nas minhas costas, só que ele também era corredor, e estava cada vez mais perto. E foi que, lá pelo km 33, quando eu precisava de gel, de água, de algo salgado, e tudo junto, chegou o terceiro telão: nele, uma cena do Gabriel, meu filho de 5 anos, tocando uma guitarra de brinquedo que dei pra ele no dia das crianças. Abaixo, a palavra “coragem”. Não acreditei. Meu coração disparou, agora não pelo cansaço, e não pude conter as lágrimas.

Os 2 km seguintes eu corri chorando, e muito. Lembrando de tudo que meus filhos representam pra mim. De como gosto de ser exemplo de vida e saúde pra eles. O cansaço desapareceu, aquela imagem foi o melhor combustível possível.

Fui até NY para fazer 42 km numa maratona legal. Mas ali, naqueles 2km, fiz a melhor maratona da minha vida."

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O melhor e o pior da minha Nova York

Falta uma semana. Frio na barriga, treino feito, agora é colher os frutos no próximo domingo, na Maratona de Nova York. Será a quarta maratona da minha breve carreira de corredora e, pela primeira vez, vou passar pela experiência de correr uma maratona que já conheço. Minha estreia nos 42k foi lá mesmo, em 2008. Lembro de muita coisa do percurso, o que, acho eu, vai ajudar bastante na corrida domingo.

Resolvi escrever este post para dividir com vocês minha melhor e a minha pior lembrança daquele 2 de novembro de 2008 (poucos dias antes de Obama vencer a eleição). A mais dura é a subida da Queensboro Bridge, a que leva os corredores, finalmente, até Manhattan. A prova larga de Staten Island, depois são muitos quilômetros pelo Brooklyn e pelo Queens, a maioria deles planos, até a tal ponte claustrofóbica. É por volta do km 26, a gente começando a cansar, e vem uma subida chata, sem fim, e, o pior, numa ponte fechada, um túnel. Ali aprendi que odeio correr em túneis (os das Meias do Rio também quero ver bem longe). O fim da subida, para compensar, é uma benção. Na descida já temos a visão do belo skyline de Manhattan e, quando ela acaba, viramos à direita numa Primeira Avenida LOTADA de nova-iorquinos e gente de todo o mundo aplaudindo os corredores.
A partir dali a prova é bem dura. Muitas subidas, a pior delas beirando o Central Park. Não sou lá muito religiosa, mas acredito em destinos. E acho que não por acaso, pouco antes de pegarmos a Quinta Avenida, à beira de uma praça na Rua 125, lembro de uma visão que me serviu de impulso para apertar o passo e enfrentar os kms finais da prova.


Duas freiras, na calçada, batiam num tamborzinho para incentivar a gente. Durante as quatro horas de uma maratona, praticamente nossa vida toda passa pela cabeça. Lembranças não necessariamente conexas, ou cronológicas. Naquela hora, ao ver as irmãs, lembrei dos meus anos de Colégio Santa Clara. Quase um abraço apertado numa hora de exaustão extrema. Foi delicioso.
Pesquisei na internet e as irmãs ficam por ali todos os anos, bem na frente do convento onde moram. No domingo vou ficar de olhos bem abertos. Não dá tempo para parar, mas quem precisa disso para se sentir, mais uma vez, abraçada?

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Treinão de protesto pela São Silvestre na Paulista



Tiraram o final da São Silvestre da Paulista. Como muitos de vocês já sabem, a prova mais tradicional de corrida de rua de São Paulo este ano acaba no Ibirapuera. Quem já correu sabe a emoção que é, depois da ladeira da Brigadeiro, virar à direita para correr para o abraço na avenida mais famosa da cidade. Não teremos mais isso. Quer dizer, não teremos mais isso se ficarmos calados. Eu e um grupo de amigos jornalistas queremos reverter a decisão dos organizadores da prova. Se vamos conseguir ou não, não sei. Mas mostrar que estamos insatisfeitos e tristes (indignados também) com a mudança é fundamental. Você pode se juntar a nós se também não gostou da decisão. Ou, no mínimo, é uma chance para dobrar a esquina e terminar na Paulista, se nunca correu a São Silvestre. A prova é tradição, e o treinão que as assessorias espeortivas promovem para seus alunos, alguns domingos antes, no percurso exato da prova, também. O treinão desta semana, na quarta-feira, dia de Finados, vejam só, vai além: é um protesto (quer lugar melhor para protesto que a própria Paulista?), é um "eu digo não". Vem com a gente! Vai ser divertido. Vai ser importante.

“Em defesa da manutenção da  chegada da Corrida de São Silvestre na Avenida Paulista, um grupo de apaixonados por corrida realizará um Treino Protesto no tradicional percurso de 15km, na próxima quarta- feira, dia 2/11. O horário para o encontro é entre 6h30 e 6h45, na escadaria do prédio da Fundação Casper Líbero (Gazeta), na Avenida Paulista, 900. A largada será à 7h, com chegada no mesmo local.

Todos os corredores que querem ver preservada a tradição de nossa principal corrida de rua podem e devem participar. Cada um cuida da sua hidratação ao longo do percurso (leve sua água ou dinheiro para comprar no caminho), vista uma camiseta branca, a de sua equipe ou a que mais gostar!

Por questões de segurança, todos os corredores devem largar às 7h e procurar, sempre que possível, correr na calçada e em grupos.

Nos vemos lá!”

Grupo São Silvestre na Paulista

facebook.com.br/#!/saosilvestrenapaulista

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Corredor é (quase) tudo igual, só muda de endereço (e de pace)



Foram três dias na estrada, acompanhando a corrida Nike SP-RJ aquela prova maluca que parte do Ibirapuera e chega em Ipanema, depois de muito suor e gelo. Participei da primeira edição, na equipe Imprensa, mas nesta terceira edição fui só para acompanhar e escrever uma matéria depois (sairá na Audi Magazine, aviso aqui quando for publicada). É incrível como ficar ali, de mera espectadora, é uma experiência absolutamente diferente. Também emocionante. Também cansativa. Mas diferente. Tive tempo para observar. E observar. E observar.

Conheci a iniciante carioca Juliana que, com seus poucos 18 anos e apenas quatro meses de corrida no currículo, entrou de gaiata numa prova que não perdoa pouca experiência. Ouvi as aventuras do ultramaratonista Jaime Rocha, que contabiliza, por alto, cerca de 91 mil quilômetros rodados com as próprias pernas. Vi de perto a paixão nos olhos de meninos de 20 e poucos anos que sentaram a bota feito gente grande, paces de 3'30 a 3'50 o quilômetro. Tive o privilégio de correr 5.7km na companhia de Franck Caldeira e Vanderlei Cordeiro, profissionais dos bons.

A grande conclusão que eu tiro dessa jornada: corredor é quase tudo igual, só muda de endereço. E, claro, de pace. Listo abaixo cinco coisas que eu vi na Juliana, no Jaime, nos meninos de 20 e poucos, nos caras de elite. Veja se você também não se identifica:

1 - Pé, panturrilha, quadriceps, posterior, quadril... Alguma parte do seu corpo, especialmente da cintura para baixo, em algum momento vai doer.



2 - Atire a primeira pedra quem nunca, mesmo do alto de toda sua experiência, sentou a bota além do limite. Arrisco dizer que todo corredor um dia na vida já quebrou. Se não quebrou, ainda vai quebrar. E, quer saber? É quebrando que se aprende.

3 - Gelo é a parte dura do negócio. Muito dura. Varredura é ruim, mas a coisa aperta mesmo é nos baldões. Tem de ser valente para encarar. Mas corredor sabe, ou um dia vai saber: o gelo é um dos nossos maiores aliados. Todos nós passaremos por ele.



4 - Dói, a gente quebra, precisa de gelo, mas é bom para caramba. O sorriso no rosto (às vezes até mesmo junto com a careta de esforço, por que não?), a garra estampada no corpo, a determinação, a satisfação. Não importa quando, no começo, no meio ou ao cruzar a linha de chegada, uma hora a endorfina dá o ar de toda a sua graça.



5 - Ah, as lágrimas... Corredor que sua a camisa também chora. Muita gente se entregou a elas, em momentos diferentes. Mesmo eu, que só acompanhei, virei manteiga derretida na chegada, vendo aquela galera toda cruzar a linha feliz, emocionada, depois de vencer os 600km do percurso. Olhei para o lado e ali, discreto, olhos encharcados mas contidos, vejo o Daniel Neves, treinador da equipe Imprensa (e da assessoria Run & Fun). Certamente ele estava feliz de ver os pupilos comemorando a saída da lanterninha dos anos anteriores (a Imprensa nesta edição ficou em penúltimo lugar). Mas posso colocar minhas duas mãos no fogo e garantir que não era por causa de colocação na prova -- última, penúltima, primeira, tanto faz -- que Daniel chorou. Quer entender as lágrimas do Daniel? Então calce um par de tênis, rapaz. Comece a correr. Prometo que uma hora você vai entender, e sem precisar correr atrás (ops) dos porquês.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Bom demais ter um treinador que vale ouro



Ontem a noite foi gloriosa. Foi gloriosa para Adriana Aparecida da Silva, que dormiu com o ouro da Maratona Feminina do Pan de Guadalajara no peito (certeza que ela não tirou a bichinha no peito, eu não tiraria), com direito a quebra de recorde. Foi gloriosa para Claudio Castilho, o treinador da moça (certeza que caiu alguma lágrima dos olhos do tio Castilho ontem, certeza!). Foi gloriosa para mim. E para o Blois, a Landi, a Dora e o Xico, a Silmara, o Leandro, o Taibo, o Robertinho, o Mauro, o Danilo, o Relva, as Maris, os Stersi, o Osvaldinho, a Gabi, a Catani, a Longhi, o Ibere, o Frotinha, o Hirsch, os Tuma, a Re Moretti... Ficaria aqui até amanhã citando nomes, porque quem é corredor certamente ontem também dormiu com aquela medalha de ouro da Adriana no peito.
A corrida dela foi perfeita. Mostrou maturidade no começo da prova, ao não apertar o ritmo para tentar seguir a mexicana Perez. Mostrou foco ao manter seu pace feito um reloginho. Mostrou concentração ao não olhar para trás depois da ultrapassagem sensacional no km 39. Mostrou garra, disciplina. Mostrou talento. Mas foi quando Adriana mostrou seu agradecimento que eu realmente me emocionei. Vibrei quando ela cruzou a linha, claro, mas desabei de chorar quando a imagem mostrou a atleta em busca de seu técnico, ali na grade, para dividir com ele aquela vitória. O abraço de Adriana era também o meu abraço no mestre Castilho.

Claudio Castilho é meu treinador há cinco anos. Com ele fiz minha estreia nas provas de 10K, nas Meias Maratonas, nas Maratonas. Com ele voltei a treinar depois de seis meses parada por uma lesão por stress ("Caminhar é chato, Apa, mas necessário nesta volta"). Com ele encarei o desafio dos 600K um mês depois da maratona de Berlim, com direito a recorde pessoal na Meia de Buenos Aires, entre as duas provas ("Dá para fazer, Apa, é só treinar"). Com ele venci a Re Bordosa que tomou conta do meu ser depois da Maratona de Chicago, ano passado ("E aí, desistiu de vez? A fase de descanso já acabou, neguinha!"). Com ele reencontrei, ainda que atrasada, o espírito de maratonista nos treinos deste ano, num período turbulento de excesso de trabalho no jornal ("O treino foi bom hoje, Apa, mas quando você vai virar maratonista de verdade, hein? A performance está boa, porque o corpo tem memória, mas corredor sem rotina não é maratonista, não. Acorda enquanto é tempo!").



Quem treina com o tio Castilho sabe: a frase de Che cai como uma luva. Hay que endurecer pero sin perder la ternura. O mestre é duro, sim, porque treinador que não é duro vira babá. Cobra disciplina no treino. Cobra determinação e foco. Certamente é assim porque não trabalha só com os amadores da turma da Saúde & Performance. Mas ele também sabe afagar. Do jeito dele, sem melação. O elogio do Claudio vem sempre em forma de reconhecimento. "Viu como treinar bem dá resultado?", ele diz, quando deve dizer. Ter um treinador assim, que não rasga elogio à toa, para mim traz segurança. O Claudio nos ensina diariamente que em corridas não há milagres, nem predestinação. Corrida é colher frutos do que se planta.
O bacana do Claudio é que, mesmo com seu lado general da banda, ele sempre acredita no plantio, está sempre pronto para preparar a terra. Este ano, já contei aqui no blog, eu estava inscrita para a maratona de Amsterdã. Planinha planinha. A dois meses da prova, pinta uma inscrição para Nova York, a maratona das maratonas. Mas cheia de pontes, de subidas e descidas. A primeira coisa que me veio à cabeça quando recebi o convite: preciso perguntar o que meu treinador acha. Primeira coisa que meu treinador disse quando perguntei o que ele achava: "nem pensa, aceite já! Depois a gente corre atrás e muda as planilhas". Algumas semanas depois ele veio me explicar: "só incentivei você a aceitar Nova York porque te conheço, Apa, e porque você já estava bem treinada para Amsterdã".

Ontem de manhã, conversando com um amigo, falei que estava ansiosa para ver a maratona feminina do Pan e ele comentou: "Ah, não consigo achar legal ver maratona pela TV. Gosto de correr, mas assistir é chato". Ele corre há bem menos tempo que eu. Talvez faça diferença o tempo e os meus quilômetros a mais. Ver uma prova pela TV, para mim, não é acompanhar a performance do cara de elite ali na telinha. É relembrar cada manhã que acordei às seis, as duras passagens pelo km 30 numa maratona, cada cruzada de linha, cada dor em cada cantinho do pé, as unhas roxas, as broncas e os incentivos do treinador. Ontem, especialmente, os passos daquela corredora de parcos 44 quilos (o peso de uma perna minha!) e  pace assustador de 3'40/km tiveram um gostinho especial. Aquela corredora era eu, correndo para o abraço do tio Castilho.

ps: Tudo o que escrevi aqui sobre meu treinador Castilho vale também para o querido Leandro. A agenda apertada de elite do Claudio faz com que muitas vezes ele esteja longe de seus amadores. O Leandro segura a onda, com classe e disciplina. O ouro é seu também, viu, Lê?

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Corrida Nike SP-RJ vira uma grande balada



legenda: Cenas da minha participação na 600K da Nike em 2009, a primeira edição da prova. Na subida mais temida da prova, em Maresias, e depois de encarar 38 graus no asfalto, já no estado do Rio de Janeiro.

A prova Nike SP-RJ está diferente este ano. O percurso diário é um pouco menor que o dos outros anos, mas a maior novidade é mesmo a idade dos participantes. Decidida a investir no mercado jovem, a marca montou equipes com gente de até 25 anos. Como correr uma prova dessas é coisa para gente grande, bem grande, cada equipe tem direito a um "convidado" que seja mais velho. Batizados de Athletics West, esses "senhores e senhoras" serão as vozes da experiência na estrada. A idade é determinante nas equipes que concorrem na categoria #Coisadaboa -- são 13, com 13 integrantes cada, e eles devem correr cerca de dois trechos de 7,5km, em média, por dia. Já os corredores do desafio Ultra são gigantes (e podem ter mais de 25 anos). Serão 7 equipes, 8 malucos em cada uma delas correndo cerca de uma maratona, 42km, por dia -- quinta, sexta e sábado, até a chegada em Ipanema. 

Numa conta rápida e bem tosca, a Nike SP-RJ reunirá pelo menos 150 jovens under-25. E, vamos combinar, nesta idade sobram energia e vontade de cair na balada, mesmo depois de percorrer cerca de 590 quilômetros. Aproveitando o pique da galera, a Nike promete uma corrida-balada nas areias de Ipanema, no fim da prova. E mesmo durante o desafio, na estrada, o clima não será diferente. Este ano haverá premiações paralelas, para animar as equipes. A cada dia, a Nike lança algumas missões que os participantes devem cumprir. Quem fizer melhor, leva. Alguns exemplos das tarefas:  fazer customização com fitas kynesio no corpo, participar do Rock Band nos traillers pelo caminho, comemorar ao passar pela divisa entre o estado de SP e Rio e montar um look para o motorista do trailler.

Estarei na estrada acompanhando a galera. Só acompanhando. Vai ser difícil resistir, se me conheço devo correr um ou dois trechos acompanhando alguém, mas só na farra mesmo. Faltam 18 dias para a Maratona de Nova York, preciso poupar o corpo -- e ficar longe dos riscos de torcer o pé, me estabacar, essas coisas tão tão possíveis numa prova maluca como esta.

Fique de olho no blog, haverá novidades fresquinhas direto da prova.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Agora em novo endereço

O blog Corre-corre não é novo, já está comemorando quase um ano de vida. Comecei a escrever sobre corrida em novembro do ano passado, quando estreei o canal no site do jornal Diário de S. Paulo. Hoje migro o Corre-corre para um endereço independente, mas a ideia continua a mesma: dividir com quem também se interessa por corrida (ou, melhor ainda, pode vir a se interessar, depois de ler as caraminholas que escrevo) as coisas bacanas desse treco que acaba virando um vício para quem experimenta calçar um par de tênis e começar. A semana vai ser quente: na quinta me enfio numa van para acompanhar a corrida Nike SP-RJ. Para quem ainda não sabe, uma corrida maluca de revezamento que parte do Obelisco do Ibirapuera, em SP, e chega, três dias e muito suor depois, na praia de Ipanema, no Rio. Corri a primeira edição, em 2009, este ano vou só acompanhar. Não quis correr o risco de sobrecarregar as pernocas já prontas para a Maratona de Nova York, no dia 6 de novembro. Antes de narrar por aqui as aventuras das equipes nesta prova insana, porém, migro os posts do Corre-corre do site do Diario de S. Paulo para este novo endereço.